sábado, 31 de março de 2007

Um poeta fraco
Quando não bebe,
Que bêbado,
Não produz…

Um frustrado
Quando bebe,
Que quando não bebe
Se torna infeliz…

Enfim,
Que beba
Até morrer,
Mas que produza
Depois de beber!

Silêncio

Ela entrou e cantou o fado. O público, no fim, não aplaudiu; limitou-se a chorar.

Resistir...

Não consigo resistir ao teu olhar triste, quando te sentes como uma menina perdida...

Puto

Dói a dor despedida,
segundo eterno ido num minuto.
Tamanha espera, desvanecida,
imenso o sentimento... O Puto.

Antes

Gémeas almas à nascença separadas,
Dor inconsciente que persegue um rastro.
Saber de paixões desconcertadas,
Esperas, um futuro indefinido e vasto...

Perdidos, confusos no incerto,
por medos de sofrimentos maiores,
de intelectos receosos, ouvem-se perto
a busca de problemas menores.

sexta-feira, 30 de março de 2007

No sentido contrário, ao olhar...
-Onde se senta?
-Ao fundo, na mesa do canto, de costas para a sala.
Muito tempo depois, ainda escrevia.

Quando a casa encerrou, passou por ela, tocou-lhe, ao de leve, e deu-lhe o poema. Duas frases soltas e horas, horas de espera…

...A Outra Dimensão

...Captou os olhares e hipnotizou a atenção, levando-os
a outra dimensão, da perturbação: "Devo olhar... mais?!"
O magnetismo era poderoso, dizia: "Somos como animais!"
Ganham corpo, substância... silêncio! Aliviando-os.

Boa noite...

- Por favor, são 8 euros e esta noite há um concerto de jazz.
- Que bom, já estava com saudades.
- Pois, o senhor sabe que jazz é jazz e paga-se.
- Ok.
(eis que passa um cliente, com cara de poucos amigos, e diz:
- Jazz? Isto não é jazz. Por favor, não diga que é jazz!)
Entramos para dentro do espaço. 4. As opiniões dividem-se. Jazz. Não Jazz.
Ao fim e ao cabo, o que é o jazz comparado com a tua presença?
Manténs-te firme e inderrogável. Concentras, evidentemente, a atenção dos 3 homens que te acompanham. Tiras os óculos, esticas o cabelo, fazes cara de menina e perguntas: tenho, ou não tenho, cara de menina?
Sim, repito, para quê o jazz?

quinta-feira, 29 de março de 2007

Finito Vs. Infinito

Com o fim do Mundo posso eu bem… mas e tu, onde é que tu estás?

Botão

Sentei-me de frente. Estavas ao fundo a conversar com ele. Quando me sentiste, olhaste de soslaio, sorrindo. Terá pensado que era para si?
Não me intimidei e pedi o de sempre. Com gelo e água do castelo.
Escusavas, apenas, de ter desapertado o botão...

Primavera

Sentado, senti uma voluptuosidade. A Primavera alastrou-se, de mim apoderou-se.
Olhei e recordei o vestido fino, colorido, que ganhava forma nessa curva que te conferia um carácter sublime... Arrepio-me.
A mescla de inverosimilhantes impressões dum contacto, garantem a essência e substância da minha inspiração... Ofegante.
Desenhei o teu traço, de olhos cerrados, despertou-me sentidos outrora perdidos... Vivo!

Panorâmico

Subi, subi, subi... Quando cheguei ao cimo não te vi.
Voltei a descer.

quarta-feira, 28 de março de 2007

Desinfinito!

Alma escondida num recanto
faz o tempo deslembrar o encanto.
Ido anseio por saciar,
de remar, no infinito do mar...

Anos

Muitos anos depois, aqueles olhos ainda me fazem hesitar...

terça-feira, 27 de março de 2007

Transgénico é o Limão

A deambular sobre grãos de areia, ardentes!
Pessoas ressequidas, vivas
em vales e almas, males.
Sobre vãos, apoios e chãos de
calçadas encobertas, desviadas.
Um novelo d´ estórias de cotovelo,
com dor, amargura doce de sabor.
É uma dança da vingança,
Vivo... Transgénico!
Indica-me,
Por favor,
As coordenadas
Do amor.

Cansado de tanto esperar

O tempo não lhe apontava qualquer caminho. Ela, ainda que soubesse o que era, também não se incomodava: aquelas curtas horas bastavam para ser feliz. Fosse isso o que fosse...

segunda-feira, 26 de março de 2007

Velho

A viória de Salazar no programa "os gandes portugueses", foi a pior coisa que podia ter acontecido aos salazaristas: transformou a surdina numa questão de Estado. E isso, para uma ideologia que vive em segredo, foi o pior dos males...

Em último lugar

Sabia para onde ia. Ainda assim seguiu em frente, sem que a consciência se tornasse um fardo.


Águas de Bacalhau

Há bacalhau e bacalhau,
há do bom, e também o há mau.
Há o da Noruega e o do Canadá,
habita aquém, mas aflui para cá.

Em salmoura, seco e balsâmico,
chega-nos do Norte Atlântico.
Há do alto e há do baixo,
1001 Maneiras em Portugal, acho!

Uns gostam, outros não,
já p’ra mim é uma tentação!
Lagareiro, Gomes de Sá, ou Com Todos,
comemos Bacalhau a rodos.

Rumo

Aquelas botas marcaram várias gerações.

sexta-feira, 23 de março de 2007

O Ruído e o Som

Descabido, pelas vozes altas de jumentos,
e lambido numa noite de securas.
Pleno da cidade, como das amarguras,
luzidio, o dia, disfarçado em tormentos.

Sem saber por onde ir?

Limitava-se a ser suave: despia, se assim se pode dizer, a meia alta com elegância, dobrando primeiro as pontas.
Repetiu o gesto. Ontem e hoje.
Não sabia se era bonita ou feia. Mas tinha uma convicção: era elegante.
No meio, a verdade retratada. Sem saber, construiu um mito e não conseguiu conviver com isso. Qual o caminho a seguir?

quinta-feira, 22 de março de 2007

9 meses de Inverno, 3 meses de Inferno...

Ela disse que o amava. Ele limitou-se a sorrir. Viveram juntos até morrer.

quarta-feira, 21 de março de 2007

Caminho aberto

Viro costas a caminhos abertos. Com desgosto, mas como se fosse uma reacção natural.

terça-feira, 20 de março de 2007

Castanhas

Na infância foram o castanho do Outono. Hoje surgem diariamente. Na Rua Augusta ou no Estádio da Luz, na Primavera, Verão ou Inverno. Perdendo o encanto, ganham em protecção - o frio de Março deixa de ser o mesmo.

segunda-feira, 19 de março de 2007

o fim

Dois amigos que se juntam. Na cidade, algumas vezes com amargura. Estaremos por aqui, sem andar por aí, sem tristeza nem alegria.
Em breve...